Câmara inicia diálogo com consórcio da Ponte Salvador-Itaparica

Por Redação 25/09/2025, às 21h33 - Atualizado às 21h06

A Comissão Especial de Acompanhamento de Investimentos na Baía de Todos-os-Santos e Orla da Câmara Municipal de Salvador realizou, nesta quinta-feira (25), a primeira reunião com representantes do consórcio responsável pela Ponte Salvador-Itaparica. O encontro teve como foco discutir os impactos e oportunidades do empreendimento, além de mecanismos de transparência e acompanhamento da obra.

Segundo o presidente da comissão, vereador Claudio Tinoco (União Brasil), a iniciativa reforça o papel do Legislativo na fiscalização dos investimentos. “Estamos tratando de intervenções estruturantes que terão impacto direto no presente e no futuro da cidade. É papel desta comissão acompanhar de perto cada etapa, assegurando que o desenvolvimento econômico, social e turístico seja sustentável e equilibrado”, afirmou.

Participaram da reunião os vereadores Anderson Ninho (PDT), Sidninho (PP) e João Cláudio Bacelar (Podemos), num gesto suprapartidário de acompanhamento do projeto. O encontro ocorreu no escritório do consórcio, onde o CEO Claudio Villas Boas apresentou detalhes da ponte e respondeu a questionamentos dos parlamentares.

Entre os pontos levantados, Bacelar demonstrou preocupação com os impactos sobre a Feira de São Joaquim. Sidninho questionou a viabilidade econômica da obra. Anderson Ninho indagou sobre a participação do consórcio na criação da secretaria anunciada pelo governo estadual. Tinoco solicitou esclarecimentos sobre a área destinada em Salvador para o canteiro de obras e sobre projeções de receita tributária, como o ISS durante a fase de construção e na futura operação.

A Ponte Salvador-Itaparica, orçada em cerca de R$ 11 bilhões, prevê uma estrutura de 12,4 quilômetros de extensão ligando Salvador à Ilha de Itaparica, além da construção de vias de acesso, sistema de pedágio e infraestrutura de apoio. O início das obras está previsto para junho de 2026, com conclusão estimada para 2031.

Desde o anúncio, o projeto enfrenta questionamentos sobre viabilidade financeira e impactos ambientais. Especialistas levantam dúvidas sobre o modelo de financiamento e os efeitos sobre o ecossistema da Baía de Todos-os-Santos.

A comissão informou que manterá reuniões periódicas e promoverá audiências públicas para ouvir órgãos envolvidos, especialistas e a população. “Nosso papel é garantir que Salvador esteja devidamente informada sobre avanços, desafios e impactos desta obra”, reforçou Tinoco.