O número de pessoas mortas em chacinas em Salvador e na Região Metropolitana (RMS) cresceu de forma preocupante em 2025. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, entre janeiro e 17 de outubro, foram registradas 109 vítimas, um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 69 mortes.
A principal causa desse aumento é a letalidade policial. Das 109 vítimas, 85 foram mortas em operações envolvendo forças de segurança — mais que o dobro do número registrado no ano anterior, quando 40 pessoas morreram nessas circunstâncias, representando uma alta de 112%.
As chacinas policiais, caracterizadas por ações em que três ou mais pessoas são mortas, seguem um padrão histórico de violência na Bahia: 98% das vítimas são homens e 100% das identificadas são pessoas negras. Além disso, 5% eram adolescentes, 7% foram mortas dentro de residências e 7% dentro de veículos.
Metade das mortes em chacinas policiais de 2025 ocorreu em ações das unidades Rondesp Atlântico, Central e Baía de Todos os Santos, que aparecem como as que mais acumularam vítimas em decorrência de suas operações.
Locais mais afetados
- Salvador: 84 mortos em chacinas
- Camaçari: 14 mortos
- Lauro de Freitas: 8 mortos
- Dias D’Ávila: 3 mortos
Entre os bairros com mais registros de mortes estão Fazenda Coutos (16 vítimas), Curuzu e Rio Sena (6 cada), e Federação, Fazenda Grande do Retiro e Arembepe, com quatro mortes cada.
O Instituto Fogo Cruzado destaca que o monitoramento dos dados é feito com base em tecnologia colaborativa, cruzando informações verificadas em tempo real sobre tiroteios e violência armada em todo o país.