A Justiça da Paraíba realizou, na terça-feira (4), a primeira audiência de instrução do processo que envolve o influenciador Hytalo Santos e o marido dele, Israel Vicente, acusados de produzir conteúdo pornográfico com adolescentes. A sessão ocorreu no Fórum Criminal de Bayeux, a partir das 9h.
De acordo com a Justiça, testemunhas de defesa e de acusação foram ouvidas nesta etapa. Entre elas, a influenciadora digital Kamylinha, de 18 anos, que participou de vídeos produzidos por Hytalo e Israel e foi arrolada como testemunha de defesa.
Segundo a defesa de Hytalo, Kamylinha aparece no processo como uma das supostas vítimas do casal. Na audiência, foram ouvidas seis testemunhas de defesa e duas de acusação, mas o conteúdo dos depoimentos não foi divulgado.
Os réus não foram interrogados nesta sessão e devem ser ouvidos em audiências futuras.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) acusa o casal de exploração sexual de crianças e adolescentes por meio da produção de vídeos para redes sociais. Segundo o órgão, os réus também teriam submetido menores a procedimentos estéticos e tatuagens para gerar conteúdo.
Kamylinha foi “adotada” por Hytalo aos 12 anos e começou a aparecer em seus vídeos ainda na infância. Com o passar do tempo, sua imagem passou a ser cada vez mais sexualizada, segundo o influenciador Felca, que expôs o caso em um vídeo nas redes. Aos 16 anos, a jovem colocou implantes de silicone e continuou participando das produções.
Em maio de 2025, Kamylinha anunciou uma gravidez de Hyago Santos, irmão de Hytalo, mas afirmou ter sofrido um aborto espontâneo dias depois.
Durante a audiência, a defesa de Hytalo Santos protocolou um pedido de revogação da prisão, enquanto o MPPB solicitou a manutenção da custódia. O juiz Antônio Rudimacy, da 2ª Vara Mista de Bayeux, afirmou que irá analisar os pedidos, mas não definiu prazo para decisão.
Hytalo e Israel estão presos desde agosto de 2025, após serem transferidos de São Paulo para a Paraíba. Atualmente, cumprem prisão preventiva na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa.