Brasil reduz emissões de gases do efeito estufa, aponta relatório

Por Redação 07/11/2024, às 20h56 - Atualizado às 20h56

O Brasil reduziu em 12% suas emissões de gases do efeito estufa em 2023, alcançando 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), em comparação com 2,6 bilhões de toneladas emitidas no ano anterior, conforme divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Observatório do Clima. Essa queda representa a maior redução percentual desde 2009, impulsionada principalmente pela diminuição do desmatamento na Amazônia, onde as emissões caíram 37%, de 1,074 bilhão para 687 milhões de toneladas.

Apesar dos avanços na Amazônia, outros biomas apresentam uma realidade diferente. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a devastação em regiões como o Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal aumentou, resultando na emissão de 1,04 bilhão de toneladas de CO2e. No Cerrado, as emissões por desmatamento e queima de biomassa cresceram 23%, enquanto o Pantanal teve um salto de 86% nas emissões, exigindo, segundo especialistas, medidas urgentes para frear o avanço em áreas além da Amazônia.

Outros dados levantados indicam que as emissões de mudanças no uso da terra, incluindo desmatamento, representaram quase metade das emissões do Brasil (46%), totalizando 1,062 bilhão de toneladas de CO2e. A agropecuária também bateu recordes de emissões pelo quarto ano consecutivo, com alta de 2,2%, respondendo por 28% das emissões brutas, impulsionada pelo crescimento do rebanho bovino e pelo uso de calcário e fertilizantes.

Nos setores de resíduos e energia, as emissões aumentaram em 1% e 1,1%, respectivamente, em razão do crescimento no consumo de combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, enquanto a redução das queimadas em pasto e vegetação nativa em 38% e 7%, respectivamente, contribuiu positivamente. Contudo, o Observatório alerta que o risco de incêndios florestais aumenta com as mudanças climáticas, ampliando os desafios para o país no combate ao aquecimento global.

O Brasil caminha para apresentar sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) até 2025, alinhando-a ao Balanço Global do Acordo de Paris. A redução das emissões é um passo significativo, mas especialistas defendem políticas mais amplas para que o país alcance suas metas de longo prazo.