
Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quinta-feira (7), revela que a percepção dos brasileiros sobre a situação do país e de suas vidas pessoais mostra sinais de melhora ou estabilidade em relação ao ano passado. Realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), o levantamento ouviu 2 mil pessoas entre 15 e 23 de outubro em todas as regiões do Brasil.
De acordo com o estudo, 72% dos entrevistados avaliaram que o Brasil melhorou (40%) ou manteve-se estável (32%) comparado a 2023. Em setembro, essa percepção era ligeiramente superior, com 74% (42% melhorou e 32% igual). A percepção de que a situação do país piorou apresentou uma pequena alta, indo de 25% em setembro para 27% em outubro.
A avaliação de melhoria do país foi relativamente homogênea entre os grupos sociodemográficos, porém, com variações regionais: o otimismo é mais acentuado no Nordeste (45%) e menos evidente no Sul (34%). Em contraste, a percepção de piora é mais alta no Centro-Oeste (33%) e menor no Nordeste (21%).
Quando perguntados sobre a expectativa para o final do ano, quase metade dos brasileiros (49%) demonstrou otimismo, acreditando que o país estará melhor em dezembro. Outros 28% esperam estabilidade, e 23% preveem uma piora.
Vida pessoal
O Radar Febraban também abordou a situação pessoal dos brasileiros. Segundo o levantamento, 79% dos entrevistados afirmaram que a vida pessoal e familiar está melhor em relação a 2023, enquanto 20% relataram piora. Jovens entre 18 e 24 anos (52%) e aqueles com renda acima de cinco salários mínimos (46%) foram os mais satisfeitos com a evolução de suas vidas. Regionalmente, o Nordeste destaca-se, com 49% dos moradores apontando melhora. Já no Centro-Oeste e no Sul, 23% e 25% das pessoas, respectivamente, expressaram insatisfação.
Em relação às expectativas futuras, 62% dos brasileiros esperam que a vida pessoal e familiar melhore até o fim de 2024, 27% acreditam que a situação permanecerá a mesma, e apenas 8% preveem piora. Jovens de 18 a 24 anos são os mais otimistas, com 70% acreditando em um cenário positivo até o final do ano.
Inflação
A pesquisa revelou que 77% dos entrevistados sentiram que os preços aumentaram, um aumento em relação aos 74% de setembro. Aqueles que perceberam estabilidade nos preços caíram para 15%, enquanto 6% observaram queda, uma leve redução em relação aos 8% do mês anterior. A percepção de alta foi mais comum entre mulheres (79%), jovens de 18 a 24 anos (80%), pessoas com ensino médio (79%) e renda entre dois e cinco salários mínimos (78%).
Governo
No ranking das prioridades apontadas pelos entrevistados, a saúde lidera, com 33% das menções, seguida de emprego e renda (21%) e educação (13%). Inflação e custo de vida foram citados por 10% dos participantes, enquanto meio ambiente e segurança apareceram com 7% cada, e fome, pobreza e corrupção com 4% cada.
A pesquisa Radar Febraban, ao captar a percepção da população sobre o país, aponta um cenário misto de otimismo e cautela, com temas centrais como saúde e estabilidade econômica entre as principais preocupações da sociedade para os próximos meses.