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As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana já causaram transtornos em pelo menos 121 municípios. Dezoito cidades decretaram estado de emergência e uma, Jaguari, declarou situação de calamidade pública. Os dados constam no boletim mais recente da Defesa Civil estadual, divulgado neste sábado (21).
Ao todo, 7.972 pessoas precisaram deixar suas residências. Entre elas, 1.914 estão abrigadas em estruturas públicas e 6.058 foram acolhidas por familiares ou amigos. Equipes de resgate atuam em diversas frentes e já retiraram 731 pessoas e 137 animais de áreas de risco. Em Paraíso do Sul, o desabamento de uma ponte isolou funcionários de um hospital, que foram resgatados com apoio das forças de segurança.
O estado contabiliza três mortes confirmadas em decorrência dos temporais, ocorridas nos municípios de Sapucaia do Sul, Nova Petrópolis e Candelária nesta última, uma pessoa continua desaparecida desde terça-feira (17). Também há registro de um ferido.
A situação dos rios preocupa. Oito cursos d’água seguem acima da cota de inundação, entre eles os rios Uruguai e Jacuí, que ainda apresentam elevação gradual. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o final de semana deve ser marcado por céu encoberto e pancadas de chuva isoladas em diferentes regiões do estado, incluindo Porto Alegre. Ventos de até 70 km/h são previstos no litoral, mas não há alertas meteorológicos ativos no momento.
Diante do cenário, o governador Eduardo Leite anunciou na sexta-feira (20) a liberação de R$ 60 milhões em recursos emergenciais. Metade será destinada à recuperação de rodovias estaduais. Os R$ 30 milhões restantes serão repassados diretamente a prefeituras que oficializaram estado de emergência. Segundo Leite, cada município receberá um repasse inicial de R$ 100 mil de forma imediata.
“A resposta precisa ser rápida. Vamos agilizar o apoio aos municípios para que possam atuar na reconstrução e no suporte às famílias atingidas”, declarou o governador. O prefeito de Santa Maria, Rodrigo Decimo, destacou a importância da articulação conjunta: “A união entre governo e prefeituras é fundamental neste momento. Nossa prioridade é garantir assistência às pessoas afetadas.”
A Defesa Civil do estado segue monitorando a situação e mantém canais de alerta via SMS, basta enviar o CEP para o número 40199 e WhatsApp, pelo telefone (61) 2034-4611. Um painel online também apresenta atualizações sobre o tráfego nas rodovias e áreas interditadas.
A crise climática atual ocorre pouco mais de um ano após as enchentes de 2023, que deixaram mais de 160 mortos em diferentes regiões do estado.
