
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou nesta terça-feira (5) um painel de acompanhamento de processos relacionados a crimes de racismo em todo o Brasil. Segundo dados da plataforma, atualmente, tramitam no país 11.620 ações desse tipo, com destaque para o estado da Bahia, que lidera o ranking com 4,9 mil processos em andamento, correspondendo a 42% do total. Em seguida, aparecem Paraná (767), Minas Gerais (682) e Santa Catarina (636).
Além de mapear os processos, o levantamento do CNJ também traz um retrato da representatividade racial no Judiciário brasileiro. Conforme o estudo, há 74 mil pessoas negras atuando no setor, sendo 2,4 mil magistrados e 71,6 mil servidores, o que significa que apenas 13,2% dos juízes são negros, enquanto entre os servidores o percentual é de 25,5%.
Durante a abertura da sessão do CNJ, o presidente do conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que o perfil da magistratura brasileira ainda é predominantemente branco, refletindo as marcas históricas de exclusão racial.
Barroso também anunciou iniciativas para aumentar a presença de negros no Judiciário. Segundo ele, o CNJ, em parceria com empresas do setor privado, conseguiu 750 bolsas de estudo para candidatos negros que se destacarem no Exame Nacional da Magistratura (Enam). A iniciativa conta com R$ 7 milhões para financiar as bolsas, buscando promover maior equidade racial no sistema judicial do país.