
O cineasta e acadêmico Cacá Diegues, um dos grandes nomes do cinema brasileiro, foi velado na tarde deste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras (ABL), no centro do Rio de Janeiro. Ele faleceu na sexta-feira (14), aos 84 anos, em decorrência de complicações cirúrgicas. O cineasta será cremado no Cemitério do Caju.
Amigos, familiares e personalidades da cultura brasileira compareceram para prestar suas últimas homenagens. Entre os presentes estavam Gilberto Gil, Cláudia Abreu, Mariana Ximenes e Carla Camurati, além da filha do cineasta, Isabel Diegues.
O cantor e compositor Gilberto Gil, que trabalhou com Cacá em diversas produções, destacou o talento e o compromisso do cineasta com a cultura brasileira. “Ele deixou muita saudade. Eu estava terminando a trilha sonora do filme Deus é Brasileiro 2, que ele não conseguiu finalizar. A música ficou pronta e espero que o projeto seja concluído”, disse Gil.

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Já Isabel Diegues, filha do cineasta, ressaltou a paixão do pai pelo Brasil. “Ele dedicou a vida a lançar luz sobre aspectos da cultura brasileira que, muitas vezes, passavam despercebidos. Seu legado vai muito além do cinema, ele foi um grande pensador da cultura nacional”, afirmou.
A atriz Cláudia Abreu, que atuou em Tieta do Agreste, lembrou a importância de Cacá para o cinema nacional. “Ele foi um pensador do Brasil, um apaixonado pelo país e incentivador das novas gerações. Foi um farol para a cultura brasileira.”
Legado cinematográfico
Cacá Diegues foi um dos precursores do Cinema Novo, movimento artístico que marcou a história do cinema nacional. Nascido em Maceió, em 19 de maio de 1940, iniciou sua carreira ainda na juventude, fundando um cineclube na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Seus filmes abordaram questões sociais e políticas do Brasil, tornando-se referência no cinema nacional e internacional. Entre suas produções mais icônicas estão:
- Ganga Zumba (1964)
- Xica da Silva (1976)
- Bye Bye, Brasil (1980)
- Tieta do Agreste (1996)
- Deus é Brasileiro (2002)
- O Grande Circo Místico (2018)
Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios em festivais internacionais e, em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a vaga de Nelson Pereira dos Santos.
Cacá Diegues deixa a esposa, três filhos (sendo que a caçula, Flora Diegues, faleceu em 2019) e quatro netos.