
O corpo da cantora Nana Caymmi, que faleceu na quinta-feira (1º) aos 84 anos, foi sepultado na tarde desta sexta-feira (2) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Antes do enterro, o velório foi realizado no Theatro Municipal, onde amigos, familiares e personalidades da música e da cultura brasileira prestaram as últimas homenagens.
Entre os presentes, esteve o cantor e ex-marido Gilberto Gil, além de artistas como Djavan, Maria Bethânia e Milton Nascimento, que manifestaram publicamente seu pesar pela perda de uma das maiores intérpretes da música popular brasileira.
A despedida foi marcada por grande emoção. O irmão de Nana, Danilo Caymmi, que havia anunciado a morte da artista nas redes sociais, relembrou os nove meses de internação em uma UTI e o longo período de sofrimento enfrentado pela cantora antes de seu falecimento.
Nascida em 29 de abril de 1941, Dinahir Tostes Caymmi era filha primogênita do ícone da música brasileira Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Ao longo de sua trajetória, consolidou-se como uma artista de voz marcante e interpretação sofisticada, reverenciada por várias gerações.
Nana Caymmi iniciou sua carreira ainda na infância, em uma gravação do pai, e conquistou projeção nacional ao vencer, em 1966, a fase brasileira do I Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, com “Saveiros”, composição de seu irmão Dori Caymmi e Nelson Motta.
Dona de uma discografia respeitada, foi premiada com o Grammy Latino em 2004 e se eternizou em canções como “Resposta ao Tempo”, que se tornou um de seus maiores sucessos.
Autoridades também lamentaram a perda. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou o valor cultural da obra de Nana. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que o Brasil perde uma artista que “atravessou gerações com sua intensidade e elegância”.
Com sua partida, Nana Caymmi deixa um legado poderoso na história da música brasileira, mas sua voz — como disseram tantos dos que a homenagearam — continuará ecoando na memória afetiva do país.