Impeachment de Moraes é foco do PL em defesa de Bolsonaro

Por Redação 21/07/2025, às 21h03 - Atualizado às 19h17

Parlamentares de oposição ao governo federal anunciaram nesta segunda-feira (21) uma nova ofensiva no Congresso em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra o que parlamentares classificaram como uma “ditadura da toga” imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a prioridade da bancada no Senado será o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo Damares, as decisões do ministro violam direitos humanos e têm causado sofrimento a famílias brasileiras. “Foi por culpa dele que nós estamos sendo tarifados. Todas as decisões dele já estão comprovadas que violaram direitos humanos”, disse. Ela criticou prisões de duas mulheres idosas, “uma de 71 e outra de 74 anos” e mencionou o caso de uma mãe que teve o salário bloqueado após a condenação do marido. “Crianças com menos de 10 anos ficaram sem alimentos. É ou não é violação de direitos humanos?”, questionou.

A senadora afirmou que o mundo assiste com perplexidade à atuação do ministro e que o Senado precisa reagir. “Jamais vi isso na história do Brasil na última República”, disse. Para ela, a única pauta da oposição no Senado será a votação imediata do impeachment de Moraes, com o objetivo de “salvar a economia do Brasil” e garantir estabilidade institucional. “A culpa de tudo, com certeza, é Alexandre de Moraes e o presidente Lula”, concluiu.

Damares dividiu a coletiva com o senador Magno Malta (PL-ES), que também criticou duramente o magistrado. “Se hoje existe um monstro chamado Alexandre de Moraes, a culpa é do Senado”, declarou. Em tom de enfrentamento, Malta afirmou que “chegamos ao limite” e lançou um recado direto: “Põe a mão em Jair Bolsonaro. Tenta a sorte, porque o azar você já tem”.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), acusou Moraes de censura por ter proibido a veiculação de entrevistas com Bolsonaro nas redes sociais. Segundo ele, a decisão tem o objetivo de isolar o ex-presidente. Sóstenes informou que Bolsonaro participou da reunião com os parlamentares, mas desistiu de falar à imprensa por orientação de seus advogados.

Entre as pautas prioritárias da oposição no retorno do recesso parlamentar estão, além do pedido de impeachment de Moraes, a aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e a votação da PEC 333/2017, que prevê o fim do foro especial por prerrogativa de função em crimes comuns.