
Entre janeiro e agosto de 2025, ao menos 136 pessoas foram baleadas na presença de agentes de segurança que estavam fora de serviço em regiões metropolitanas do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado. O número representa uma média de quatro vítimas por semana e é 5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 130 casos.
A região metropolitana do Rio de Janeiro concentrou a maior parte dos casos: 70 vítimas, das quais 33 morreram. Em Pernambuco, foram 15 pessoas baleadas na Grande Recife, com sete mortes. Já em Salvador e RMS, houve 28 ocorrências, metade delas com vítimas fatais. No Pará, 23 pessoas foram baleadas na Grande Belém, com 12 mortes.
Entre os episódios, está o de agosto, quando o entregador de aplicativo Valério Junior foi baleado no pé por um policial penal fora de serviço em Jacarepaguá, no Rio, após se recusar a subir até o apartamento para entregar um pedido.
Outro caso ocorreu em fevereiro, em Simões Filho, na RMS, quando o soldado Correia, da 81ª CIPM, atirou contra a companheira, Neide, e depois tirou a própria vida.
Em maio, em Belém, o personal trainer Alberto Wilson foi morto a tiros em frente à academia onde trabalhava. O autor, um policial militar, acabou morto logo depois por uma testemunha.
O levantamento mostra que os principais motivos para os disparos foram:
- roubos ou tentativas de roubo: 72 baleados;
- homicídios ou tentativas: 41 baleados;
- brigas: 18 baleados;
- não identificado: 5 casos.
Em Salvador, por exemplo, os 28 registros deste ano representam aumento em relação a 2024, quando foram 17. No Rio, foram 71 casos no ano passado. No Recife, 22, e em Belém, 20.
O Fogo Cruzado destaca que o monitoramento é feito com base em relatos confirmados e verificados em tempo real, por meio de aplicativo próprio, que reúne o único banco de dados aberto sobre violência armada na América Latina.