Pesquisa revela como o desemprego e informalidade entre população preta e parda estão em alta

Por Redação 14/02/2025, às 19h07 - Atualizado às 17h06

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que pessoas pretas e pardas enfrentam maior desemprego, salários mais baixos e maior informalidade em comparação à população branca no Brasil.

No quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre brancos foi de 4,9%, abaixo da média nacional de 6,2%. Já entre os pretos (7,5%) e pardos (7%), os índices ficaram acima da média do país, evidenciando a desigualdade racial no mercado de trabalho.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, essa diferença é um reflexo estrutural da economia brasileira. “Não se trata apenas de uma característica deste trimestre, mas de uma realidade histórica do mercado de trabalho no Brasil”, destacou.

Informalidade

Além do desemprego mais elevado, a informalidade – que inclui trabalhadores sem carteira assinada, autônomos sem contribuição previdenciária e empregados temporários – também atinge mais pretos e pardos.

A taxa de informalidade nacional no último trimestre de 2024 foi de 38,6%, mas entre pretos alcançou 41,9%, e entre pardos, 43,5%. Enquanto isso, brancos registraram um índice menor, de 32,6%.

Outro dado preocupante é que, enquanto a informalidade caiu entre brancos (de 33,5% para 32,6%) e no país como um todo (de 38,8% para 38,6%), entre pardos e pretos houve aumento:

  • Pardos: de 43,2% para 43,5%
  • Pretos: de 41,8% para 41,9%

Para Beringuy, essa diferença reforça a necessidade de políticas públicas que garantam melhores condições de trabalho e inclusão social.

Desigualdade salarial persiste

O levantamento do IBGE também mostrou que o rendimento médio da população preta e parda é inferior ao dos brancos. No último trimestre de 2024, a média salarial no país foi de R$ 3.215, mas os trabalhadores brancos receberam, em média, R$ 4.153. Em contrapartida, o rendimento médio entre pretos foi de R$ 2.403 e entre pardos, R$ 2.485.

Desigualdade de gênero

Além da questão racial, a desigualdade de gênero também foi evidenciada pela pesquisa. No último trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre os homens foi de 5,1%, enquanto entre as mulheres chegou a 7,6%.

A disparidade salarial entre gêneros também é expressiva. Enquanto os homens receberam, em média, R$ 3.540 por mês, as mulheres tiveram um rendimento de R$ 2.783, um valor 21,4% menor.