As vendas de títulos do Tesouro Direto atingiram um novo recorde histórico em janeiro de 2025, somando R$ 8,763 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro Nacional. O montante superou todas as marcas anteriores do programa, refletindo o crescente interesse dos investidores por essa modalidade de aplicação.
No mesmo período, os resgates totalizaram R$ 7,181 bilhões, sendo R$ 3,113 bilhões provenientes de recompras antecipadas e R$ 4,067 bilhões referentes a vencimentos de títulos, quando o governo reembolsa os investidores com os juros acumulados. Dessa forma, as emissões líquidas – diferença entre vendas e resgates – chegaram a R$ 1,583 bilhão.
Os investidores demonstraram maior interesse pelos títulos atrelados à Taxa Selic, que representaram 44,1% das vendas. Esse movimento é impulsionado pelo alto patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,25% ao ano, o que torna esses papéis mais atrativos diante da expectativa de manutenção ou alta da Selic.
Já os títulos corrigidos pelo IPCA (inflação) tiveram 30,1% de participação, refletindo a busca por proteção contra a perda do poder de compra. Os papéis prefixados, que possuem juros fixos definidos no momento da compra, representaram 25,9% das vendas.
Com esse aumento na procura, o estoque total de títulos públicos alcançou R$ 159,9 bilhões ao final de janeiro, um crescimento de 1,9% em relação a dezembro (R$ 156,9 bilhões) e de 22,9% na comparação com janeiro do ano passado (R$ 130,1 bilhões).
O número de investidores no Tesouro Direto continua crescendo. Em janeiro, 449.329 novos participantes se cadastraram no programa, elevando o total para 31.493.170 investidores, um avanço de 15% em 12 meses.
Já o número de investidores ativos – aqueles com operações em aberto – atingiu 3.010.879 pessoas, um crescimento de 19,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o balanço do mês registrou uma leve redução de 3.042 investidores ativos.
A popularização do Tesouro Direto entre pequenos investidores é evidente: 78,1% das operações realizadas foram de valores até R$ 5 mil, sendo que 56% das compras não ultrapassaram R$ 1 mil. O valor médio das operações foi de R$ 8.855,67.
A maioria dos investidores tem optado por títulos com prazos mais curtos. As vendas de papéis com vencimento de até cinco anos representaram 73,3% do total. Já os títulos com prazo entre cinco e dez anos responderam por 4,8%, enquanto aqueles com vencimentos superiores a dez anos corresponderam a 21,8% das vendas.
Criado em 2002, o Tesouro Direto tem como objetivo popularizar o investimento em títulos públicos, permitindo que pessoas físicas adquiram papéis diretamente do governo pela internet, sem a necessidade de intermediação de bancos ou corretoras. Os investidores pagam apenas uma taxa semestral à B3, responsável pela custódia dos títulos.
Além de ser uma opção atrativa para quem busca segurança e rentabilidade, o Tesouro Direto é um mecanismo fundamental para o governo captar recursos, permitindo o financiamento de dívidas públicas e outros compromissos financeiros. O rendimento dos títulos varia de acordo com a Selic, a inflação ou taxas prefixadas estabelecidas no momento da compra.