TikTok remove vídeo falso com declarações manipuladas de Fernando Haddad

Por Redação 21/01/2025, às 21h44 - Atualizado às 20h06

Menos de 24 horas após ser notificado pela Advocacia-Geral da União (AGU), o TikTok retirou do ar, na manhã desta terça-feira (21), um vídeo manipulado por inteligência artificial que atribuía falsas declarações ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O conteúdo simulava o ministro falando sobre “taxação de pobres” e “impostos do cachorrinho de estimação”.

A notificação, enviada pela AGU na noite de segunda-feira (20), classificou o vídeo como desinformação, por ter sido produzido com a tecnologia de deepfake para adulterar falas do ministro. Segundo a AGU, o material busca confundir a população, ao mostrar um fato que não condiz com a realidade, e viola os direitos à informação garantidos pela Constituição.

O vídeo usava trechos de uma entrevista de Haddad, mas as falas foram alteradas com tecnologia de inteligência artificial para simular o ministro dizendo frases como “vai taxar tudo” e “[o] imposto e Big Brother são paixões nacionais”. Outras declarações falsas incluíam:

“É justo imposto pré-natal: ficou grávida, já tem que começar a pagar imposto para o hospital”;
“[Vamos instituir o] imposto das bets: se perdeu, o prejuízo é seu; se ganhar, o lucro é nosso”;
“Brasileiro gosta de um imposto novo”.
Essa foi a segunda vez que o mesmo usuário postou o conteúdo, que já havia sido removido anteriormente.

Na notificação, a AGU destacou que o vídeo fere os termos de uso do TikTok, que proíbem desinformação e o uso de mídias manipuladas ou geradas por inteligência artificial para enganar os usuários. Classificou ainda o material como “evidente abuso de direito”, afirmando que extrapola os limites da liberdade de expressão.

A filmagem já havia circulado nas redes sociais e foi desmentida pelo próprio ministro há duas semanas. No último dia 10, a Meta, empresa controladora do Facebook, também removeu o vídeo após notificação da AGU.

A pedido do Ministério da Fazenda, a Polícia Federal analisa a abertura de inquérito para investigar a autoria do vídeo adulterado. O objetivo é identificar os responsáveis pela produção e disseminação do material.