
A notícia que mais se tem falado nos últimos dias é a respeito da provável recessão da economia norte americana e como isto poderia impactar a economia brasileira.
Os principais sites que acompanham esse indicador (crescimento e queda do PIB) apontavam, no início do ano, que a probabilidade de uma recessão nos EUA era baixa (girava entre 20% a 27%). No entanto, após a posse do presidente DONALD TRUMP, as apostas financeiras para uma recessão, em 2025, na maior economia do mundo, estão girando na casa dos 40%, o que deixa o mundo “de cabelos em pé”.
Tal notícia nos coloca em uma situação de alerta, tanto pela notícia em si, quanto pela queda do preço das ações das bolsas americanas e de países em desenvolvimento serem arrastados com a esperada recessão. Vele lembrar que os EUA figuram como o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
Para ilustrar, veja as quedas das principais ações da bolsa norte americana, neste ano de 2025. A AMAZON (-34%), TESLA (-35%), APPLE (-8,20%), MICROSOFT (-12,3%), entre outras.
No ano passado (2024), as projeções eram de crescimento do PIB dos EUA, no primeiro trimestre de 2025, mas a mudança brusca para a expectativa de queda do PIB, colocou os dados em uma retração de 2,8% e o que se procura entender é: o que está provocando isto?
Basicamente, duas situações podem ser trazidas para justificar a provável recessão da economia Norte Americana: primeiro, tema que mais se está comentando na mídia, são as taxas “recíprocas” impostas pelo presidente TRUMP para outros países, inclusive o Brasil. O segundo motivo, é a alta taxa de juros praticada nos EUA (4,25% a 4,5% ao ano).
No primeiro quesito, com o objetivo de requerer que outros países tratem com maior isonomia os EUA, o presidente TRUMP resolveu exigir maiores tarifas de importações de bens de outros países e, como medida alternativa, afirmou que caso as indústrias retornassem para os EUA e produzissem por lá (gerando empregos e estimulando o crescimento econômico), os produtos ficariam mais baratos. Alinhado com essas medidas tarifárias, o presidente TRUMP criou o DOGE (Departamento de Eficiência Governamental, em português) liderado pelo bilionário Elon Musk que identificou e cortou diversos gastos do governo norte americano, fechou órgãos governamentais, cortou ajuda financeira da OMS e outros organismos internacionais, demitiu diversos servidores públicos causando uma economia de 160 bilhões de dólares, nos primeiros 40 dias de governo.
Vale ressaltar que a dívida dos EUA está em patamares alarmantes (36 trilhões de dólares), enquanto a do Brasil está em 1,3 trilhões de dólares, e a inflação Norte Americana está em 3%, quando a do Brasil fechou em 4,83% para se fazer uma rápida e rasa comparação.
Tais patamares de dívida e inflação altas exigem remédios que podem, no primeiro momento, parecerem ser amargos e dolorosos, mas que poderão trazer alívio e bons frutos no longo prazo.
Como 70% do PIB dos EUA é consumo das famílias, o corte severo de gastos públicos, a despedida de servidores públicos e o aumento de taxas acabam constituindo uma receita de bolo que, sem sombra de dúvidas, causará retração econômica.
Destaco que a existência de programas sociais, realização de obras pelo poder público, contratação de pessoal, acaba obrigando o Estado a injetar dinheiro na economia, causando uma expansão econômica e ajudando a impulsionar o PIB, como ocorreu no ano do passado aqui, no Brasil (o PIB brasileiro divulgado nesta semana foi de crescimento de 3,4% no ano de 2024).
No Brasil, muito embora o PIB tenha vindo alto, surpreendendo os mais otimistas dos economistas, se percebeu uma forte desaceleração do crescimento no último trimestre de 2024, o que nos ascende, também, um sinal de alerta.
Sabe-se que recessão econômica se dá quando há, pelo menos, 2 trimestres negativos e somente o futuro irá nos dizer isto (especificamente em meados do ano de 2025, quando teremos os dados oficiais dos 2 primeiros trimestres divulgados).
No entanto, as notícias não são só as piores. Isto porque se percebe que os juros futuros (tanto brasileiro quanto o dos EUA) estão sendo negociados com pequenas quedas, o que pode significar que, pelo menos no Brasil, o remédio amargo já pode estar no final e logo teremos um período maior de prosperidade.
Estamos tendo um ajuste na ordem mundial e nas principais estruturas financeiras do mundo e isto é um processo doloroso, porém, necessário, para que a economia mundial se rearrume, principalmente, no que diz respeito às dívidas públicas dos países.
No momento, é hora de ficarmos alertas, guardar e/ou investir nosso dinheiro, aproveitando as “pechinchas” da nossa bolsa de valores, seguindo o lema do mercado, o qual explico, com maior profundidade, em meu livro “APRENDA A GANHAR RIOS DE DINHEIRO”: “compre ao som de canhões e venda ao som de violinos”. Mesmo impactado com uma provável recessão norte americana, o futuro brasileiro é promissor. Para tanto, estude, sempre!