Fernando Santiago
O que você faz à noite pode estar roubando seu sono. Movimento é escolha. Exercício é prescrição. E isso afeta seu sono. Muita gente acha que se movimentar sempre faz bem e faz. Mas exercício estruturado envolve intensidade, frequência, horário e objetivos. Se mal calibrado, pode atrapalhar o que você mais precisa: o sono.
Uma pesquisa com mais de 14 mil pessoas mostrou que exercícios intensos à noite, especialmente nas 2 horas antes de dormir, prejudicam o sono: demora de 12 a 15 minutos a mais para pegar no sono, redução de 25 a 35 minutos na duração do sono, aumento da frequência cardíaca em 5 a 8 bpm, diminuição da variabilidade cardíaca, sinal de estresse, além de mais despertares e menos sono profundo nas primeiras 2 horas. Esses efeitos são maiores quando exercícios extenuantes são feitos perto da hora de dormir.
A intensidade isolada não é o problema; o problema é a combinação de alta exigência física e pouco tempo para recuperação. Mesmo treinos pesados feitos até 4 horas antes de dormir podem impactar o sono, e só após 6 horas o corpo volta ao equilíbrio. Muitas pessoas não percebem que o treino noturno pode roubar energia, em vez de ajudar na recuperação.
Se só puder treinar à noite, modere a intensidade, preferindo caminhadas, alongamentos e mobilidade. E não faça isso sozinho: procure um profissional de educação física registrado no CREF ou especialista em movimento para orientar seu treino sem prejudicar seu descanso.
Exercício bem orientado melhora o sono; mal planejado, atrapalha. Informação é cuidado.
