A associação baiana de Acarajé (Abam), em Salvador, divulgou nesta sexta-feira (1º) uma nota de repúdio contra mudanças na tradicional receita do acarajé, após surgirem versões do quitute com recheios doces e morangos nas cidades de Aracaju (SE) e Maceió (AL), apelidadas de “acarajé do amor”.
Tradicionalmente, o acarajé é servido com caruru, vatapá, camarão e salada vinagrete. Porém, nas novas versões vendidas nessas cidades, o bolinho de feijão-fradinho é acompanhado de brigadeiro e morango, o que provocou a reação da Abam.
Na nota, a associação destacou a importância de preservar a cultura e os saberes das baianas de acarajé, e criticou as adaptações como. “Somos empreendedoras ancestrais e focadas na tradição deixada por nossos antepassados, sem surfar nas influência contemporâneas sem propósito” enfatizou.
Em Maceió, por exemplo, a receita doce é
oferecida no Acarajé da Irmã Jane, que substitui os recheios típicos por brigadeiro tradicional, brigadeiro de leite em pó e morangos. Já em Aracaju, a empreendedora Ingrid Carozo, de 36 anos, comercializa mini-acarajés cobertos com caramelo e brigadeiro de leite em pó.
Essa não é a primeira vez que variações modernas do acarajé geram debate. Em 2023, em Salvador, foi lançado o “acarajé rosa”, inspirado no filme da Barbie. Já em 2017, Adriana Ferreira, a mesma responsável pela versão rosa, criou a “barca de acarajé e abará”, substituindo os elementos da culinária japonesa pelos quitutes baianos, como camarão, vatapá e salada.