PF amplia apreensões e reduz impacto do crime organizado, aponta balanço

Por Redação 29/01/2025, às 20h31 - Atualizado às 17h32

A Polícia Federal (PF) registrou um aumento de 70% nas apreensões de bens e dinheiro ligados ao crime organizado em 2024. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (29) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelam que o montante total confiscado chegou a R$ 5,6 bilhões, contra R$ 3,3 bilhões em 2023.

De acordo com Lewandowski, os números demonstram a eficácia das operações da PF na descapitalização de organizações criminosas no país. “Esses dados não apenas comprovam o êxito das operações, mas também refletem o impacto direto na redução da capacidade de ação de facções criminosas”, afirmou o ministro.

O balanço da PF também destacou o encerramento de investigações de grande repercussão, como o inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Segundo Lewandowski, a elucidação do caso representou uma vitória para a segurança pública e um passo importante no combate à impunidade.

O combate ao tráfico de drogas também apresentou avanços. Em 2024, a PF apreendeu 74,5 toneladas de cocaína, um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior. As apreensões de maconha cresceram 15%, enquanto as de ecstasy registraram alta de 20,7%.

Os dados revelam ainda uma queda de 30% nas áreas desmatadas no país, que passaram de 16,5 mil km² em 2023 para 11,5 mil km² no ano passado. A redução ocorre em meio a um fortalecimento das fiscalizações contra crimes ambientais.

O número de registros de armas de fogo também caiu. Em 2024, foram emitidos 25.097 registros, uma queda de 11,6% em relação aos 28.402 de 2023. Já as emissões de porte de arma recuaram 30%, passando de 2.469 para 1.727 no período.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a redução está alinhada à política do governo federal para restringir a concessão de registros, após flexibilizações durante a gestão de Jair Bolsonaro. “Estamos cumprindo a política pública determinada pelo governo brasileiro, reduzindo registros e portes de armas de fogo”, destacou Rodrigues.

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de cooperação internacional para combater o crime organizado, que tem ramificações no tráfico de drogas e crimes ambientais. Ele citou a eleição do delegado Valdecy Urquiza para a secretaria-geral da Interpol como um avanço nesse sentido.

“Nós temos que trabalhar além de nossas fronteiras, investindo na cooperação, troca de informações e capacitação”, ressaltou Rodrigues.