
Cinquenta e sete trabalhadores rurais foram resgatados esta semana em condições análogas à escravidão no município de Gentio do Ouro, no oeste da Bahia. A ação foi realizada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, formado por representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, os trabalhadores estavam alojados em estruturas precárias e superlotadas, sem acesso a banheiros ou condições mínimas de higiene. As refeições eram preparadas e consumidas ao ar livre, sobre pedras ou tocos, sem qualquer tipo de suporte adequado.
Entre os resgatados, 30 eram do Piauí e haviam migrado para a Bahia para atuar na extração de carnaúba. Embora o empregador tenha sido identificado, essas vítimas ainda não receberam as verbas rescisórias nem indenizações, ao contrário dos demais trabalhadores, que já tiveram os direitos trabalhistas assegurados.
A operação em Gentio do Ouro soma-se a outros casos registrados ao longo do ano. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, 1.035 ações de fiscalização foram realizadas em 2024, resultando no resgate de 2.004 trabalhadores em todo o país e na liberação de R$ 7,06 milhões em verbas trabalhistas. Na Bahia, o número de resgatados já chega a 198, uma das maiores marcas nacionais.
Criado em 1995, o Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo completou 30 anos em 2024. Desde sua criação, mais de 65 mil pessoas foram retiradas de situações análogas à escravidão.