Bolsonaro pede a Eduardo que “feche a boca” e filho intensifica ataques

Por Redação 26/09/2025, às 14h32 - Atualizado às 13h14

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou a interlocutores que contatam seu filho Eduardo Bolsonaro para que ele “feche a boca” e evite atrapalhar as negociações políticas em torno da anistia e da redução de penas para o próprio pai.

Por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, pai e filho não podem se comunicar diretamente. Ambos são investigados em um inquérito que apura coação à Justiça, iniciado após Eduardo se mudar para os Estados Unidos para advogar contra sanções ao Brasil e aos magistrados que julgam Bolsonaro na Corte.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-SP), que visitou o ex-presidente na semana passada, foi apontado como um possível mensageiro para tentar a mediação, mas nega que vá se encontrar com Eduardo.

Nos Estados Unidos, Eduardo afirmou a aliados que Bolsonaro não estaria conseguindo avaliar corretamente o cenário político, considerando-o hoje um “refém”.

Uma mensagem repostada por seu aliado Paulo Figueiredo descreveu o ex-presidente como “uma vítima presa, doente e incapaz de decidir”, que não poderia negociar “os termos da própria soltura”.

Em seu perfil no X, Eduardo escreveu nesta quinta-feira (25): “PGR [Procuradoria-Geral da República] me denuncia [por] coação, mas quem está sob coação é o meu pai”. Segundo ele, existe um esforço para impor um acordo desfavorável, apoiando outro candidato à Presidência e captando os votos bolsonaristas, que poderiam não retornar à família.

O deputado também afirmou: “Existe um movimento para exterminar com a direita. Quem ignorar isso é um verdadeiro negacionista, apenas um peão no tabuleiro prestes a ser tirado do jogo”.

Nos últimos dias, Eduardo intensificou seus ataques ao Centrão, ao PL e ao próprio pai, anunciando sua candidatura à Presidência sem o aval de Bolsonaro. Ele criticou sanções à mulher do ministro Alexandre de Moraes, atacou o STF chamando ministros de “mafiosos” e reforçou a oposição interna ao partido, destacando que não abrirá mão de seus princípios para se “submeter aos esquemas espúrios dos batedores de carteira da ocasião”.