
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (10) a indicação de três novos diretores para o Banco Central (BC). Os nomes foram encaminhados ao plenário e devem ser votados ainda hoje.
Nilton José Schneider foi aprovado por 22 votos a 5 para a Diretoria de Política Monetária, cargo atualmente ocupado pelo futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. Izabela Moreira Correa, indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, recebeu 24 votos a favor e 3 contra. Gilneu Astolfi Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação, foi aprovado por 23 votos a 4.
Os três foram sabatinados pela CAE antes da aprovação e se comprometeram com a manutenção do controle da inflação como prioridade. Schneider destacou os desafios econômicos globais e o papel do Banco Central brasileiro em manter políticas monetárias eficazes.
Debates e posições dos indicados
Durante a sabatina, Nilton Schneider afirmou que intervenções no câmbio, como vendas de reservas internacionais para conter o dólar, têm efeitos apenas temporários. Ele destacou a importância de políticas estruturais e reforçou que as reservas internacionais são a primeira linha de defesa do país.
Izabela Correa e Gilneu Vivan enfatizaram o compromisso com a integridade e a regulação do sistema financeiro. Correa apontou a necessidade de fortalecer a relação do Banco Central com a sociedade, enquanto Vivan destacou o papel do Brasil em fóruns internacionais para garantir a estabilidade financeira global.
Perfis dos indicados
- Nilton José Schneider: Atual chefe de Operações de Tesouraria do Bradesco, possui vasta experiência no mercado financeiro, no Brasil e no exterior. É graduado em engenharia de produção pela USP.
- Izabela Moreira Correa: Servidora do Banco Central desde 2006, é doutora em governo pela London School of Economics e pós-doutora pela Universidade de Oxford. Atualmente, é secretária de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União (CGU).
- Gilneu Astolfi Vivan: Servidor de carreira do Banco Central desde 1994, é chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) e representou o Brasil em grupos internacionais como o Conselho de Estabilidade Financeira do G20.
Se aprovados pelo plenário do Senado, os indicados assumirão seus cargos em 1º de janeiro de 2025. As nomeações chegam em um momento crucial para o Banco Central, com desafios na política monetária e na regulação do sistema financeiro, em meio a um cenário econômico global instável.