Durante discurso em evento de entrega de pacote de investimentos em diversas secretárias da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) faz um apelo por união entre as instituições e critica a politização da violência no país. Ao abordar a crise na segurança pública, o gestor afirmou que o “Estado não pode ser um Estado matador” e defendeu uma abordagem integrada para garantir a paz e os direitos da população.
“O povo da Bahia não merece que nós utilizemos desse momento para fazer eleições. Era hora de sentarmos à mesa — governadores, prefeitos, deputados, o parlamento, o sistema de Justiça — e encontrarmos uma saída. O Estado tem que mediar, não matar”, declarou Jerônimo.
“E nós ficamos em uma situação dizendo foi correto o que aconteceu, foi injusto o que aconteceu”, disse o governador remetendo a operação que ocorreu no Rio de Janeiro. e concluiu dizendo que “quem fala que foi correto diz que é genocida, quem fala que não foi correto diz que está poupando criminosos. Essa disputa não serve para nós”.
Jerônimo também destacou que a presença do Estado nas comunidades não deve se limitar à força policial.
“A força presente do Estado não é só da polícia. Nós queremos ver uma polícia forte, respeitada, mas não é só a polícia. Nós precisamos olhar em uma comunidade, ver uma escola e respeitar a instituição de escola. De ver uma creche e respeitar, assim como uma UBS, UPA, igreja, quadra […] São equipamentos valiosos para a cidadania”, pontuou. E reforçou que aqueles que ficam na expectativa de que a polícia vai resolver tudo, que na verdade não é a polícia que vai resolver e que não tem “a responsabilidade de carregar no ombro a paz sozinha”.
O governador lembrou ainda que a segurança pública deve envolver também os municípios, que têm papel essencial na construção de políticas de prevenção à violência, mas também na saúde e educação da e para a população. “Quem quer um município de paz cobra do governador, cobra da União, mas também precisa ter um plano municipal de segurança pública”, afirmou.
Sinalizou também que a alfabetização começa na creche, e que até os sete anos a criança precisa saber ler e escrever, que “é obrigatório” do ensino garantir isso. “Isso não é responsabilidade do Estado. O município tem responsabilidade”, destacou.
O petista encerrou reforçando que o enfrentamento à criminalidade deve estar atrelado à educação, à inclusão social e à responsabilidade compartilhada entre os entes federativos. E essa cobrança sempre “sobrecarrega a pauta do Estado” E garantiu que “não estou fugindo desse papel da gente, não estou. Eu não vou fugir”, concluiu.