Alimentos e bebidas impulsionam inflação em dezembro, aponta Ipea

Por Redação 16/01/2025, às 18h28 - Atualizado às 16h16

A inflação avançou para quase todas as faixas de renda em dezembro de 2024, conforme o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta-feira (16). O maior impacto foi sentido pelas famílias de renda muito baixa, cuja inflação subiu de 0,26% em novembro para 0,48% em dezembro. Já para as famílias de alta renda, houve desaceleração, com a taxa passando de 0,64% para 0,55% no mesmo período.

No acumulado de 2024, a inflação atingiu com mais força as famílias de renda baixa, com alta de 5%, enquanto a taxa para o segmento de renda alta foi de 4,4%. A aceleração foi impulsionada por dois grupos principais: alimentos e bebidas e transportes, que impactaram de maneira diferente as diversas faixas de renda.

Alimentos e bebidas: Apesar de quedas nos preços de cereais (-0,98%), tubérculos (-7,2%) e leites e derivados (-0,63%), o aumento nos preços das carnes (5,3%), aves e ovos (2,2%), óleo de soja (5,1%) e café (5%) pressionou os orçamentos das famílias de renda mais baixa, onde a alimentação representa uma parcela maior do consumo.

Transportes: O grupo impactou de forma distinta: famílias de renda mais baixa foram pressionadas por aumentos nos combustíveis (0,7%) e nas tarifas de trem e ônibus interestadual (3,8%). Já para as famílias de renda alta, os principais vilões foram as passagens aéreas (4,5%) e o transporte por aplicativo (20,7%).

Ao comparar 2024 com 2023, houve aceleração inflacionária nas faixas de renda muito baixa, baixa, média baixa e média. Em contrapartida, as faixas de renda média alta e alta registraram desaceleração no período.

Na análise de dezembro de 2024 em relação ao mesmo mês de 2023, houve desaceleração inflacionária na maioria das classes, exceto nas faixas de renda média e média alta.

Os dados reforçam a disparidade no impacto inflacionário entre as diferentes faixas de renda. Enquanto famílias mais pobres enfrentam dificuldades com o aumento de itens básicos como alimentos, segmentos de alta renda lidam com custos mais elevados em serviços e transporte aéreo.

O cenário indica a necessidade de políticas públicas voltadas para mitigar os impactos inflacionários nas camadas mais vulneráveis da população.