Caso “núcleo 4”: STF volta a liberar uso de celulares em julgamento de acusados por atos golpistas

Por Redação 06/05/2025, às 17h00 - Atualizado às 16h34

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a permitir o uso de celulares durante a sessão da Primeira Turma que analisa a denúncia contra o chamado “núcleo 4” da suposta trama golpista de 2022. A utilização de aparelhos havia sido proibida em julgamentos anteriores, após o descumprimento da norma que veda filmagens e fotografias dentro do colegiado.

A restrição foi imposta após o julgamento que tornou réus os acusados do chamado “núcleo crucial”, em 26 de março, quando pessoas presentes burlaram a proibição de registros visuais. Na ocasião, celulares foram lacrados em envelopes plásticos, o que gerou críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A entidade pediu a revisão da medida, defendendo que, embora compreenda a necessidade de manter a ordem nas sessões, o uso dos aparelhos para gravação em audiências públicas é prerrogativa da advocacia, garantida por lei, e não pode ser restringida sem base legal clara.

Acusação contra o núcleo 4

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que os integrantes do grupo prestaram apoio logístico e estratégico para a manutenção de manifestações em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, entre o final de 2022 e o início de 2023. A denúncia menciona o uso de operações de desinformação para fomentar os atos.

Veja os acusados:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva

  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva

  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL)

  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente

  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel

  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal

  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel

Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.