
Após um atraso de quase três horas, o aguardado cessar-fogo em Gaza teve início na manhã deste domingo (19). Previsto para entrar em vigor às 8h30 no horário local (3h30 em Brasília), o acordo só foi efetivado às 11h15 (6h15 em Brasília), após o Hamas enviar uma lista com os nomes das primeiras reféns a serem libertadas. Durante o intervalo, forças israelenses continuaram os bombardeios no território palestino, resultando em 19 mortes e dezenas de feridos, segundo a Defesa Civil de Gaza.
As três primeiras reféns a serem libertadas foram identificadas como Romi Gonen, 24 anos, sequestrada em uma emboscada durante a festa rave Supernova; Emily Damari, 28, e Doron Steinbrecher, 31, ambas capturadas no kibutz Kfar Aza. As reféns devem ser entregues à Cruz Vermelha antes de serem conduzidas a militares israelenses. A entrega está prevista para ocorrer a partir das 16h (11h em Brasília).
Mediado pelo Catar, o acordo estipula a libertação gradual de 33 reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Na primeira etapa, serão soltas 30 mulheres e menores de idade palestinos por cada refém liberado. Outros cativos, incluindo corpos de reféns falecidos, estão previstos para negociações posteriores.
Comemorações em Gaza
Nas ruas de Gaza, houve celebrações com buzinas e tiros para o alto após o início da trégua. No entanto, o clima de alívio é acompanhado pela devastação: mais de 46 mil mortes foram registradas no território desde o início do conflito, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel questiona esses números, alegando falta de distinção entre civis e combatentes.
Enquanto o cessar-fogo avança, 4 mil caminhões com suprimentos humanitários aguardam permissão para entrar em Gaza. Autoridades egípcias e da ONU confirmaram que os primeiros carregamentos já foram autorizados.
O acordo prevê a libertação dos reféns restantes em fases posteriores, mas o cumprimento depende da estabilidade da trégua. Em Tel Aviv, manifestantes pressionam o governo israelense por avanços nas negociações, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reafirma o caráter temporário do cessar-fogo.