
Antes mesmo de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciar seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (26), dezenas de delegações, entre elas a do Brasil, deixaram o plenário em sinal de protesto. A saída coletiva foi mais um ato simbólico de líderes mundiais que pedem o fim da guerra em Gaza e defendem o reconhecimento de um Estado palestino.
O governo israelense já aguardava esse movimento. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, chegou a chamar a ação de “encenação”. Do lado de fora, milhares de pessoas se reuniram na Times Square, em Nova York, carregando cartazes com frases como: “Parem toda a ajuda dos EUA a Israel”, “Prendam Netanyahu” e “Não deixem Gaza morrer de fome!”.
Com o conflito em Gaza se estendendo há quase dois anos, a pressão internacional por um cessar-fogo cresce. Críticas abertas à postura considerada intransigente do governo israelense têm se multiplicado, enquanto países como Austrália, Canadá, França, Reino Unido e Portugal anunciaram recentemente o reconhecimento do Estado palestino, às vésperas da abertura da Assembleia. Desde terça-feira, boa parte dos discursos no plenário das Nações Unidas tem mencionado a guerra.
Netanyahu foi recebido com vaias ao entrar na Assembleia, e a maioria das comitivas se retirou antes de sua fala. Uma fonte da delegação brasileira, em condição de anonimato, disse apenas que “o gesto fala por si” e confirmou que a saída foi previamente combinada. Além do Brasil, diplomatas de vários países árabes, africanos e europeus aderiram ao protesto. Permaneceram no plenário delegações dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, e de algumas nações europeias, como Reino Unido, França, Noruega, Itália e Espanha, além de representantes da União Europeia.