Estatais acumulam déficit recorde no governo Lula 3

Por Redação 19/10/2025, às 20h49 - Atualizado às 17h17

As empresas estatais federais acumularam um déficit primário de R$ 18,5 bilhões desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo dados do Banco Central. Trata-se do maior resultado negativo para o período em toda a série histórica.

O rombo começou em 2023, com déficit de R$ 2,2 bilhões, e quase quadruplicou em 2024, alcançando R$ 8,07 bilhões. Entre janeiro e agosto de 2025, o saldo negativo já soma R$ 8,3 bilhões. O levantamento não inclui Petrobras e bancos públicos, devido às características de governança e captação de recursos dessas instituições.

Os Correios lideram as perdas, com déficit de R$ 4,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. Em 2024, o prejuízo havia sido de R$ 2,6 bilhões. A estatal enfrenta crise financeira e busca um empréstimo de R$ 20 bilhões para viabilizar seu plano de reestruturação.

Especialistas apontam que o cenário deve permanecer negativo, especialmente em um contexto de pré-ano eleitoral. “Com o ambiente político delicado, há tendência de adiamento de ajustes e resistência a medidas impopulares”, afirma a advogada Deborah Toni, especialista em direito público.

O governo, por sua vez, defende que o resultado primário não reflete necessariamente a real situação financeira das estatais. O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) argumenta que investimentos e pagamento de dividendos podem gerar déficit contábil sem indicar desequilíbrio. Segundo a pasta, o indicador é calculado sob a ótica fiscal e não traduz, por completo, o desempenho econômico das empresas.