O advogado capixaba Sergio Bermudes, de 78 anos, morreu nesta segunda-feira (27), no Rio de Janeiro, em decorrência de uma sepse respiratória. Com quase cinco décadas de carreira, Bermudes foi um dos nomes mais respeitados da advocacia brasileira, reconhecido por sua atuação em casos emblemáticos e pela contribuição ao Direito Processual Civil.
Fundador, em 1969, do escritório que leva seu nome, Bermudes construiu uma trajetória marcada pela defesa de causas de grande relevância jurídica e política. Entre elas, destaca-se a defesa de Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto sob custódia de militares durante a ditadura, em 1975. A atuação do advogado foi determinante para que a Justiça reconhecesse a responsabilidade do Estado pela morte do jornalista, uma decisão considerada um marco na luta pelos direitos humanos no Brasil.
Além da advocacia, Bermudes teve uma sólida carreira acadêmica, sendo professor da PUC-Rio e da UERJ, e publicando obras de referência na área do processo civil. Fluente em português, inglês, espanhol, francês e italiano, era conhecido por sua erudição e influência no meio jurídico.
Em 2020, Bermudes foi internado com Covid-19 e, desde então, enfrentava complicações decorrentes da doença. Ele deixa um legado que atravessa gerações — como jurista, professor e advogado que marcou profundamente a história do Direito no país.