MP pede prisão preventiva de deputado Lucas Bove por descumprir medidas protetivas

Por Redação 24/10/2025, às 10h37 - Atualizado às 10h55

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou, nesta quinta-feira (23), o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) pelos crimes de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra a ex-esposa, a influenciadora digital Cíntia Chagas, e pediu à Justiça a prisão preventiva do parlamentar.

Segundo o MP, o pedido se baseia em reiterados descumprimentos de medidas protetivas concedidas à vítima. A promotoria afirma que Bove vem desrespeitando as determinações judiciais “de forma cada vez mais ostensiva”, demonstrando “claro desprezo” às restrições impostas, mesmo após intimações e advertências pessoais e por meio de seus advogados.

A influenciadora, que soma mais de 7,6 milhões de seguidores nas redes sociais, denunciou o deputado no ano passado, relatando uma série de abusos físicos e psicológicos ocorridos durante o relacionamento de mais de dois anos.

O deputado foi indiciado pela polícia em 29 de setembro por perseguição e violência psicológica, após a conclusão do inquérito em 15 de setembro. Em agosto, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) havia decidido arquivar o processo que o acusava de quebra de decoro parlamentar.

Publicações nas redes e exposição da vítima

De acordo com o Ministério Público, Lucas Bove passou a fazer publicações explícitas nas redes sociais mencionando o nome da ex-esposa e o processo judicial — o que configura descumprimento direto das medidas protetivas.

O órgão afirma que as postagens expuseram a vítima ao sugerirem que ela mentia e ao compartilhar conteúdos ofensivos à sua dignidade, o que causou desgaste emocional e revitimização. A promotoria destacou que Cíntia precisou acionar a Justiça diversas vezes para relatar as violações.

MP aponta risco à integridade da vítima

No pedido de prisão preventiva, o MP afirma que Bove já demonstrou não ter intenção de cumprir as medidas impostas e que as alternativas à prisão “não são mais suficientes”. A promotoria enfatizou o “alto grau de reprovabilidade” da conduta e destacou a existência de outros procedimentos judiciais envolvendo o parlamentar.

Para o Ministério Público, a prisão é necessária para proteger a integridade psicológica da vítima e interromper o ciclo de descumprimentos das decisões judiciais.