O Ministério Público da Bahia (MPBA) apresentou uma nova denúncia contra o deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, acusado de continuar liderando uma organização criminosa com atuação em Feira de Santana. A denúncia foi oferecida na quinta-feira (30) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
De acordo com o MP-BA, o grupo manteve atividades ilícitas como extorsão, receptação qualificada, agiotagem, lavagem de dinheiro e jogo do bicho, mesmo após a deflagração da Operação El Patrón e o recebimento da primeira denúncia contra os integrantes.
Além do parlamentar, também foram denunciados Mayana Cerqueira da Silva (companheira de Binho Galinha), João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano (filho do deputado), Cristiano de Oliveira Machado (apontado como operador financeiro do grupo) e outros dez suspeitos.
Segundo o MP-BA, o deputado teria mantido os negócios ilícitos “em flagrante desrespeito às medidas cautelares impostas anteriormente”. As investigações apontam que a organização usava “laranjas” para movimentar recursos e ocultar bens.
Interceptações da Polícia Federal mostram que operadores financeiros ligados ao grupo dividiam os lucros das atividades ilegais e repassavam a maior parte ao parlamentar. Em uma transação de R$ 160 mil, cerca de R$ 155 mil teriam sido destinados a Binho Galinha.
Ainda conforme o MP, Mayana Cerqueira e João Guilherme atuavam na administração das operações ligadas ao jogo do bicho, à agiotagem e à lavagem de dinheiro, além de tentar ocultar e destruir provas durante as investigações.
O deputado foi preso no dia 3 de outubro, dois dias após ser considerado foragido da Justiça. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Anômico, que também levou à detenção de sua esposa, do filho e de outras sete pessoas.
Binho Galinha segue custodiado em uma Sala de Estado-Maior, no Centro de Observação Penal (COP), dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Após a prisão, o Partido da Renovação Democrática (PRD) suspendeu sua filiação.
A decisão sobre a prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliou o caso mesmo diante do foro privilegiado do parlamentar.