Os procedimentos de reprodução assistida vêm registrando crescimento expressivo no Brasil, impulsionados pelos avanços tecnológicos e pela crescente busca de casais e pessoas com dificuldade para engravidar. Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), revelam que, em 2023, foram realizados 56.588 ciclos de reprodução assistida no país — um salto de 36% em relação a 2020. O número de embriões congelados também aumentou, de 86.833 para 115.503 no mesmo período.
Entre as principais técnicas utilizadas estão a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação artificial, indicadas conforme o diagnóstico e o histórico médico de cada paciente. Segundo o Dr. Fábio Vilela, especialista do IVI Salvador, o crescimento se deve não apenas à demanda crescente, mas também à personalização dos tratamentos.
“Cada caso é único. A escolha entre FIV e inseminação precisa ser individualizada, considerando o histórico clínico e as chances reais de sucesso”, explica o médico.
Quando procurar ajuda?
A recomendação dos especialistas é investigar a fertilidade quando um casal mantém relações sexuais frequentes, sem o uso de métodos contraceptivos, por um ano (ou seis meses, se a mulher tiver mais de 35 anos) e não consegue engravidar.
Embora ambas as técnicas compartilhem o mesmo objetivo — ajudar na concepção —, funcionam de formas distintas:
🔹 Inseminação Artificial (Inseminação Intrauterina)
Procedimento menos complexo, indicado em casos de leve alteração no sêmen, ovulação irregular ou para casais homoafetivos femininos e mulheres que optam pela produção independente. O sêmen é preparado em laboratório e inserido diretamente no útero durante o período fértil.
Taxa de sucesso por ciclo: 10% a 20% (podendo alcançar até 60% em tentativas acumuladas).
🔹 Fertilização In Vitro (FIV)
Tratamento de alta complexidade, recomendado em casos como endometriose severa, obstrução das trompas, baixa reserva ovariana, idade avançada ou falhas em tratamentos anteriores. A fecundação ocorre fora do corpo, em laboratório, e o embrião é transferido ao útero após alguns dias.
Taxa de sucesso por ciclo: 50% a 60% em mulheres até 35 anos; entre 15% e 20% acima dos 40.
Esperança renovada
O aumento nos números reflete não apenas a maior demanda, mas também o amadurecimento da área de reprodução assistida no país. Com maior acesso à informação e suporte especializado, a medicina reprodutiva tem se mostrado uma aliada essencial para realizar o sonho da maternidade e paternidade — mesmo diante de desafios biológicos.
“Com tecnologia e acompanhamento médico de qualidade, a chance de sucesso é real. Mais importante do que o tipo de técnica é o cuidado personalizado com cada paciente”, conclui Dr. Fábio Vilela.