Polícia Federal indicia mais três pessoas no inquérito sobre plano de golpe de estado

Por Redação 11/12/2024, às 18h52 - Atualizado às 18h27

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (11), mais três pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com esses indiciamentos, o número total de investigados chega a 40, incluindo Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.

Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portela, militar da reserva do Exército e suplente da senadora Tereza Cristina (PL-MS); Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de gabinete do general da reserva Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência, e o militar Rodrigo Bezerra de Azevedo, acusado de monitorar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a PF, Aparecido Portela agiu como intermediário entre o governo Bolsonaro e os financiadores de manifestações antidemocráticas no final de 2022, em Mato Grosso do Sul. As investigações apontam que Portela usou o termo “churrasco” em conversas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para se referir ao golpe de Estado. A PF revelou ainda que Portela manteve estreitos laços com Bolsonaro e visitou o presidente pelo menos 13 vezes em dezembro de 2022.

Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de gabinete de Mario Fernandes, é acusado de ajudar a disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação no Brasil e de manipular um relatório das Forças Armadas sobre as eleições de 2022, com o objetivo de dificultar a posse do governo eleito. A PF também aponta que ele trabalhou para alinhar dados falsos com informações fornecidas por outros membros da organização criminosa.

Rodrigo Bezerra de Azevedo, militar conhecido como “kid-preto”, é acusado de participar do monitoramento ilegal da rotina do ministro Alexandre de Moraes. A investigação aponta que Bezerra Azevedo integrou um grupo que, em 15 de dezembro de 2022, planejava prender ou executar Moraes, com o objetivo de cumprir medidas coercitivas contra o ministro.

A investigação também revelou que o planejamento do golpe incluía assassinatos planejados do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.