
A Polícia Federal intensifica as investigações sobre o uso irregular de sistemas de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e intima o ex-diretor adjunto do órgão, Alessandro Moretti, para prestar depoimento na quinta-feira (17).
A oitiva faz parte da reta final do inquérito que apura um suposto esquema de espionagem clandestina operado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Embora Moretti tenha deixado o cargo em janeiro do ano passado, quando já atuava sob a nova gestão, a PF apura se ele e outros integrantes da atual cúpula da Abin — nomeados durante o governo Lula — teriam dificultado o acesso a informações sensíveis, comprometendo o andamento das investigações.
No mesmo dia e horário, também será ouvido o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correa. A decisão de colher os depoimentos de forma simultânea partiu da PF como estratégia para evitar a troca de informações prévias entre os envolvidos e garantir a integridade das respostas.
Além das suspeitas de interferência interna na investigação, eles precisam responder sobre espionagem irregular contra autoridades do Paraguai, em um desdobramento internacional do caso.
A investigação sobre a chamada “Abin paralela” aponta para o uso indevido de tecnologias de geolocalização e monitoramento para fins políticos e pessoais, que é contra as normas legais e institucionais. O caso já levou à exoneração de servidores e promete novos desdobramentos nas próximas semanas.